Filmes da Chiclet #4

Hoje venho falar-vos do filme (e livro) de A culpa é das estrelas. Quem costuma vir aqui ao estaminé, sabe que recebi o livro no natal. Entretanto comecei a querer lê-lo em meados de Janeiro, mas com a época de exames todo o santo mês (!!!) eu bem tentei, juro que tentei, e vocês sabem que eu ADORO ler, mas não consegui. Todos os poucos bocadinhos que tinha eram para descansar, dormir ou pura e simplesmente nada fazer. 

A modos que, na segunda-feira, estando de cama e sem nada melhor para fazer (literalmente a morrer com esta gripe dos diabos!) lembrei-me do livro! E bem que o li nesse mesmo dia!! :) chorei, chorei, chorei! Já não chorava tanto a ler um livro há mesmo, mesmo, muito tempo. Toca-nos mesmo no coração! Toda eu era soluços e lágrimas, rios delas. É sem sombra de dúvida um livro fantástico!

Quanto ao livro, e contrariando o que por norma acontece, (na minha humilde opinião, que vale o que vale...) não, não vou dizer que o filme:

A) "é uma desilusão!!);
B) "nunca têm nada a ver com os livros!";
C) "fraquinho, fraquinho! Uma porcaria!"

Porque é, efectivamente, um bom filme. Não sei se, para quem já leu o livro e viu o filme, lhe aconteceu o mesmo, mas a mim aconteceu-me estar a ver o filme e a ver exactamente as imagens que tinha projectado na minha mente à medida que lia o livro! Até parecia que estava a ver o filme pela segunda vez. Juro! Está bem que faltam lá imensas partes que - para quem leu o livro e adorou, como eu - acharíamos essenciais, ou que mereciam estar lá. Mas também os filmes nunca podem ter absolutamente tudo ao ínfimo detalhe como está descrito nos livros, senão ao invés de termos filmes de 2h tínhamos à vontadinha, um filme para umas 4h! Só esperava ver, a degradação - resultado da doença - do Augustus, como tão bem retratado está no livro. Porque no filme ele está sempre igual, aparece, de certa forma, sempre com um aspecto saudável. Por exemplo, as visitas constantes nestes últimos momentos - e os mais difíceis e degradantes - de Augustos, não aparecem. A perda do bom humor dele também não foi retratada ao máximo. Mas no fundo, achei um bom filme. Os personagens, na minha opinião, não poderiam ter sido melhor escolhidos! O Augustos sempre com aquele meio sorriso. As frases, quase todas são pura cópia literal do livro, absolutamente fiéis. Só não chorei nem metade, com o filme. Acho que no filme só chorei quando o Augustus conta da doença à Hazel dizendo que no exame que fez o corpo dele estava todo iluminado, que nem uma árvore de natal, querendo com isso dizer que o cancro tinha voltado e estava espalhado por todo o corpo, não tendo remota hipótese alguma. O olhar da Hazel, um olhar de quem, apenas quem reconhece, vive e possui este mal, é o único nome que me ocorre, para algo que chega sem avisar e rouba tantas vidas, tantos anjos, que nunca o pediram. Um olhar de reconhecimento. Uma dor reconhecida. Uma dor que já não grita, só sufoca. 

Apesar de o autor ter dito que é uma história fictícia, há muito de verdadeiro nela. E ninguém nos garante que não seja a história de alguém. Alguém que já passou por isso mesmo. Alguém que neste momento por isso passa. Alguém amanhã passará. É sobretudo uma história de vida que nos faz pensar. Pensar e repensar tudo. Ter noção (ainda mais) da realidade. De que por vezes nos queixamos por coisas tão pequenas! Temos vidas tão boas. Tão verdadeiramente boas, e preocupamo-nos, chateamo-nos e perdemos tempo com coisas tão pequenas. 

Aconselho a lerem o livro e verem o filme. Acreditem que vale a pena!! 

Xoxo